quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ela estava deitada na cama, passava a maior parte do tempo, olhando o teto, pensando.Disseram que estava com depressão.Mas como estaria deprimida se sentia-se mais viva e feliz como nunca?

Enxergara a vida como ela é.Com as coisas boas e ruins.Uma fada má lhe rogara essa praga quando criança: Você verá mais que os outros, enxergará o profundo abismo da alma humana e mergulhará nele como uma suicida.

E lá estava ela, afundando no seu próprio abismo, tentando achar um caminho ao qual seguir.Afinal, por tantos descaminhos havia andado, sem achar o objetivo de estar ali.Se é que esse objetivo existe, será que ela simplesmente não foi jogada no mundo como um brinquedo ou experiência?Por que ela foi escolhida para esse papel?

Olha pra fora e o que conhece só serve pra desestimulá-La a sair do quarto, aquele mundo que suga toda a vitalidade que há no ser humano.

Não doutor, não estou deprimida!Eu estou vivendo do jeito que eu quero, isso é doença? Ser feliz, fugindo das auguras da vida.Mas fugir nunca foi a solução, apesar de ter lhe ajudado até agora.Sabia ser apenas um paliativo.Aquelas paredes não impediriam que o mundo invadisse sua alma por definitivo,impregnando seu corpo de verdades que só estavam em sua mente.

Devia fazer o que queriam, sair dali, fingir que era tudo ilusão, esquecer o que sabia e ir adiante naquela farsa de vida .Então apagou a luz do quarto e bateu a porta.

2 comentários:

  1. angústia de existir, é o que todos nós sentimos, sufocados pelas fronteiras de uma casa, limitados por uma familia e ao mesmo tempo esse sentimento de nao enquadramento faz a gente se sentir preso, incapaz.
    Muito bom amiga, continue escrevendo assim ;D

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