sexta-feira, 24 de abril de 2009

De Portas Abertas

Lacunas entre espasmos
Lacunas entre pensamentos

Paralisação do nervo óptico:
Fotografia na memória.

-Perfure, perfure agora, doutor!
Aproveite que meu corpo virou borracha
Faça comigo o que quiser,
só não me deixe de portas abertas.

Feche meu peito,
que ele não aguenta mais injeção.
Injete morfina, mas Amor, não.

Feche meus braços,
para eu me abraçar.
Quero toque de carinho
de quem me precisar.

Feche minhas pernas,
que eu não quero mais!
Já fui pele macia, dormi como os caracóis,
mas quis demais dos Beija-flores
que já não me quiriam.

Não faça como eles, doutor!
Me deixe coberta,
mesmo que sirva só para eu conhecer o calor.

Porque depois de hoje,
eu só quero voar como as Borboletas.

2 comentários:

  1. Estréia da Luana!
    Seja bem-vinda, Luana.
    Adorei, viu?
    Muito ritmo e músicalidade, li imaginando a Gal cantando, sério. E ficou lindo.
    Parabéns!

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  2. Ritmo e musicalidade mesmo! Parabéns!

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